A Honra Perdida de Katharina Blum de Heinrich Böll é um romance que acompanha a drástica mudança na vida de Katharina Blum, uma governanta de 27 anos, após um encontro casual com um criminoso procurado, Ludwig Götten. A narrativa, apresentada como uma investigação, sublinha o poder destrutivo do jornalismo sensacionalista e os preconceitos presentes na polícia e na sociedade.
Katharina conhece Ludwig Götten numa festa de Carnaval e passam a noite juntos. Sem o seu conhecimento, Götten é um fugitivo procurado por assalto a banco e suspeita de assassinato. Na manhã seguinte, a polícia, liderada pelo Comissário Beizmenne, invade o apartamento de Katharina, mas Götten já havia escapado por uma saída secreta que ela lhe mostrara. Katharina é submetida a interrogatórios intensos pela polícia e pelo procurador Peter Hach, que procuram ligá-la aos alegados crimes de Götten e expor a sua vida privada.
O jornal sensacionalista Zeitung (uma versão ficcionalizada do Bild-Zeitung) tem um papel crucial na difamação de Katharina. Publica artigos inflamatórios, distorcendo declarações dela e de pessoas do seu círculo, incluindo o seu ex-marido, Wilhelm Brettloh, e até a sua mãe moribunda. Estes artigos descrevem Katharina como "Namorada de Gangster", "gelada e calculista", e envolvida numa "conspiração", destruindo a sua reputação e causando-lhe um sofrimento imenso. O Zeitung também ataca os seus empregadores, o respeitado advogado Hubert Blorna e a sua mulher Trude, referindo-se a Trude como "Trude Vermelha" devido às suas antigas ligações políticas.
À medida que a história se desenrola, é revelado que Ludwig Götten não era um assassino, mas um desertor que roubou o soldo de dois regimentos do exército. A verdadeira extensão da manipulação mediática torna-se clara, levando Katharina a planear a sua vingança. Acaba por matar Werner Tötges, o repórter do Zeitung principal responsável pelos artigos difamatórios.
O romance explora temas como a ética mediática, o abuso de poder e a vulnerabilidade dos indivíduos perante a opinião pública. Destaca as consequências devastadoras da irresponsabilidade jornalística e do preconceito social, mostrando como Katharina, uma mulher aparentemente comum e íntegra, é levada à violência pela destruição implacável da sua honra e privacidade. A história termina com Katharina a aguardar julgamento, mantendo-se firme nas suas ações e sem arrependimento, planeando um futuro com Ludwig após a sua libertação da prisão.
Uma empresa privada americana conseguiu, neste domingo, pousar com sucesso a sua nave espacial na Lua, após uma longa viagem pelo espaço. É a segunda missão privada a alcançar este feito e a primeira a conseguir pousar de forma vertical.
Valter Hugo Mãe recupera a infância e parte da adolescência e torna suas memórias os temas de sua literatura. Com a linguagem da crônica e o estilo que seus leitores bem conhecem, elementos autobiográficos se apresentam em sequenciamento, veiculados por linguagem de períodos curtos e compostos de capítulos também curtos, mas ricos em profundidade de reflexão e sinceridade com a própria história. A materialidade da palavra é a protagonista, e a grande lente pela qual seu autor aprende a ler o mundo.A infância retratada pelo escritor passeia por Portugal e sua história recente. Os marcos históricos são o fim do Império Colonial na África e a Revolução dos Cravos e seus desdobramentos. Estes fatos são pano de fundo e moldura para o retrato de um menino e sua mitologia particular. Também estão registradas as descobertas, o contato com o corpo, a relação com o irmão morto e a influência da cultura brasileira em Portugal. Está, sobretudo, o cotidiano, que traz os seus antídotos para as adversidades. Aqui, mais que a infância de um escritor, está uma formação de alguém que se arrisca a ver o mundo sob outra ótica.A obra mais pessoal de Valter Hugo MãeCapa com arte de Adriana Varejão e prefácio de Nélida Piñon
Numa folha qualquer Eu desenho um sol amarelo E com cinco ou seis retas É fácil fazer um castelo
Com o lápis em torno da mão E me dou uma luva E se faço chover Com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta Cai num pedacinho azul do papel Num instante imagino Uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando Contornando a imensa curva, norte, sul Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul Pinto um barco à vela branco, navegando É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo Um lindo avião rosa e grená Tudo em volta colorindo Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo Sereno indo E se a gente quiser Ele vai pousar
Numa folha qualquer Eu desenho um navio de partida Com alguns bons amigos Bebendo de bem com a vida
De uma América a outra Eu consigo passar num segundo Giro um simples compasso E num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha E caminhando chega num muro E ali logo em frente A esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave Que tentamos pilotar Não tem tempo, nem piedade Nem tem hora de chegar Sem pedir licença, muda a nossa vida E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe Conhecer ou ver o que virá O fim dela ninguém sabe Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela De uma aquarela Que um dia enfim descolorirá
Numa folha qualquer Eu desenho um sol amarelo (que descolorirá) E com cinco ou seis retas É fácil fazer um castelo (que descolorirá) Giro um simples compasso E num círculo eu faço o mundo (que descolorirá)
A sua sexualidade dúbia encantou os jornalistas de escândalos. A nudez que exibiu em fotografias trouxe-lhe dissabores. Confessou que nunca foi capaz de amar alguém nem de ser fiel, devendo-se a sua falta de empatia ao estupro de que foi vítima por parte de um vizinho canalha ainda na infância. Louise Brooks é a personagem…